É uma
opinão quase unânime,
quem vem a Itália precisa conhecer
Cinque Terre, mas afinal o que é e aonde fica este lugar?, bem são 5 vilas que ficam entre o penhascos e o mar da Costa
Ponente ao norte da Itália entre
Genova e a Toscana. As informações são assim mesmo, muito superficiais e vagas, então minha aventura teve que ser bem
exploratória, sendo assim foi recheada de erros, mas em compensação quem ler o blog vai ter uma ajuda considerável para chegar nestas vilas.
Minha exploração começou por Turim, que é a tentativa, mas apenas a tentativa da Itália se parecer com a Europa, por que vejamos, as pessoas falam mais baixo, gesticulam menos, não buzinam a todo momento, mas como disse é apenas a tentativa que basta não ter ninguém olhando que eles furam o sinal vermelho, param em cima da calçada e se tomarem um pouco de vinho começam a falar mais alto. Bem cheguei em Turim no início da noite com o pensamento de partir no outro dia bem cedo para
Genova para então ver como chegaria em 5
Terre. Mas ao chegar ao Albergue pedi um mapa com informações da cidade e descobri que além da sede da
Fiat, Turim é repleta de museus e tem todo um lado voltado para a gastronomia e que havia vários programas ligados a comida, e um deles me chamou muito atenção o
Chocopass(um passe que dava direito a fazer 22 degustações em lojas especializadas em chocolate e custava 12 euros), então decidi, na verdade a gula de um
chocolatra decidiu permanecer mais um dia na cidade para fazer esse
tour.
No outro dia pela manhã fui a um escritório de turismo da cidade comprar meu
chocopass e descobrir já de cara que não seria tão simples, das 22 lojas apenas 12 eram em Turim, as outras 10 ficavam em cidades vizinhas, que seria impossível fazer de transporte público, tudo bem, então fui bater perna pela cidade a procura dos bombons perdidos. A primeira
fique tinha mais de 1 século de existência ficava logo ao lado do escritório de turismo fui a pé, a segunda ficava na mesma avenida, mas no número 176, foi quando tive a certeza que estava na Itália, depois de quase 2
quilometros caminhando descobri que os números não seguem uma
sequência de distância, você anda uma quadra inteira no número 76 o que vai mudando é a letra A, B, C, ..., Z, aprendi a lição comprei um bilhete de 24 horas de transporte e fui a caça das lojas e já na segunda tive outra má surpresa, as 12 lojas na verdade seriam 10 porque cada algumas folhas do
chocopass tinha mais de uma loja e você teria de optar entre alguma delas, mas a
atendente do posto turístico não avisa deste pequeno detalhe, mas apesar destes
percaussos, foi um dia muito bom com degustações de chocolates de uma qualidade superior e que ainda de quebra valeu a pena por conhecer toda a cidade. Se forem fazer esse passeio não deixem de
experimentar o chocolate quente da
Divizia na Via San
Tomaso 22 b e fujam do
Caffé Torino,
piazza San
Carlo 204(só deram um
chocolatinho, uma
canguinhagem), bem essa e outras informações sobre passeios
gastronômicos, como cardápios com preços fixos em alguns restaurantes da cidade e passeios pelos produtores de
vinho da região podem ser achadas neste site, www.turismotorino.org. Em Turim vale a pena conhecer também o museu do cinema italiano e sua torre de quase duzentos metros.
Era momento então de tentar chegar a 5
Terre, no albergue me fartando de chocolate, mas ao abrir meu mapa observo algo interessante estava mais perto da
Cotê d'
Azur(
Monaco, Nice e Cannes) do que
Genova(ponto de partida para 5
Terre) , então decidi já que estou tão perto porque não conhecer, na manhã seguinte peguei o
trem e parti para a França.
Viagem complicada, cheia de conexões, mas que valeu a pena. Ao chegar em
Ventimiglia, última cidade italiana, primeira boa descoberta os trens franceses, são bem melhores, mais novos, mais limpos que os italianos. Começo minha
incursão pela França , por Cannes que apesar de ser a última das cidades, preferi começar de trás para frente para evitar idas e voltas. Cannes é bem pequena pode-se dizer minúscula dá para conhecer em poucas horas, o palácio dos festivais(que não é usado apenas para o famoso festival de cinema, quando estava lá estava acontecendo um encontro mundial das empresas de
Duty free) e não tem esse negócio de tudo pela arte a calçada da fama com as mãos dos
artitas estava sendo ocupada por
conteiners das empresas em cima da mão de
Sharon Stone tinha uma cerca para limitar a circulação das pessoas. Cannes tem uma praia bonita, mas estava
fazendo muito frio, o que não impediu um
tiozinho de
ficar pelado e
colacar a
sunga na frente de todo mundo.
Não encontrei lugar barato para dormir, então fui procurar algo em Nice, que podemos chamar de capital da região, é uma cidade cheia de estudantes que querem estudar francês de forma mais barata e com um clima mais ameno que em Paris. O albergue
HI, ficava novamente no cu do judas, mas perto da estação central tinha vários
albergues, optei por um que tinha uma
característica interessante só tinha um banheiro para 3 andares de prédio, aí se entende porque francês não é muito chegado a água. Fiquei no terceiro piso, no meu quarto havia uma pia, no corredor um lavabo apenas com um vaso, mas sem pia e no térreo um chuveiro que funcionava com uma moeda dada na recepção. Foi o banho mais rápido da minha vida com o medo da ficha acabar quando estivesse todo ensaboado. Na mesma noite, depois do rápido banho fui dar um giro pela cidade e já pude notar algumas diferenças entre a Itália e a França; as francesas são bem mais arrumadas que as italianas, elas devem passar horas para deixar tudo
certinho enquanto as italianas devem passar horas para fingir que está tudo
bagunçado e outra os pães na França são bem melhores que os italianos.
Pela manhã fui conhecer os museus de
Matisse e de
Chagal, o primeiro é 0800 e o segundo é pago. Retornei ao albergue peguei minha mochila e fui para
Monaco para depois tentar chegar até 5
Terre.
No Principado a grande questão é o espaço, ou melhor a falta dele, a estação de
trem fica dentro da rocha, é um túnel para o
trem chegar outro para sair e outro para as pessoas entrarem e deixarem a estação, o grande barato é que quando deixamos a estação damos de cara com o porto e seus iates gigantescos e com a subida do
cassino, e que é uma senhora ladeira, não é aquela coisa fácil que vemos na televisão. Mas enquanto tentava me localizar começo a ouvir ronco de motores, pensei será a F1, não mas estava acontecendo o campeonato de
Kart de Monte
Carlo, usando parte do circuito da F1(porto e piscina). Depois de meia hora vendo a corrida e caminhado pela região fui fazer o circuito a pé, que é todo na contra mão, em ruas bem mais estreitas que parecem.
Gastei mais tempo que pensava e fui tentar reservar albergue em 5
Terre e não havia vagas retornei a Nice ao albergue banho com
fichinha para ir para 5
Terre no outro dia.
Acordei as 6 da manhã com 13 graus e partir para 5
Terre, e depois de 6 horas e 3 trens cheguei a primeira das cinco terras que são na verdade cinco vilas
incravadas na pedra, da primeira a última a distância é de 9
quilometros com trilhas que podem ser feitas a pé ou de
trem por
túneis em que não se vê nada, sendo assim desci na primeira
cidadezinha chamada
Monterosso al Mare e comecei a caminhar
com a
mochila com uns 20 quilos nas costas, em
direção a segunda
Vernazza, achando que seria uma caminha tranquila e plana, era tanta escada, ribanceira que pensei que teria um
infarto, pela primeira vez, apesar do frio, suei como um camelo, mas pode ter certeza o visual compensa e seria muito melhor se soubesse que seria uma trilha tão pesada e tivesse deixado a mochila em algum lugar, mas foi mais um aprendizado para ajudar a outros viajantes e a mim mesmo quando retornar a 5
Terre, em suma a caminhada foi tão dura e demorada que tive que
desistir de fazer as demais cidades a pé senão perderia o trem para o próximo destino, mas só pelas duas primeiras vale muito a pena.
A grande dica que só descobri depois e passei pra um casal de brasileiros e outro de americanos que encontrei em outro albergue, é a seguinte, devemos chegar a 5
Terre não por
Genova, mas sim pela Toscana pela cidade de La
Spezia, tem
trem direto e
Firenze e de Pisa, a caminhada pode iniciar mesmo em
Monterosso e terminar em
Riomaggiore no final da tarde para ver o por do sol na chamada Via
dell'
amore é melhor ficar em La
Spezia que é bem mais barato e com muito mais opções e nada de levar mochila de viagem apenas uma pequena com muita água e lanche.