domingo, 20 de novembro de 2011

Tempero do Forte: oportunidade de fugir do óbvio em um lugar familiar



Quem nunca passou por uma experiência assim: ir a um lugar e sempre pedir a mesma coisa? Quem também nunca perguntou a um amigo: “Você conhece esse ou aquele restaurante (pode ser também boteco, bistrô, pizzaria, café, etcetera e tal)? O que devo pedir lá?”. Eu, que já há algum tempo escrevo sobre gastronomia, por vezes recebo ligações de amigos pedindo detalhes sobre restaurantes e indicações de pratos. E olhe que, embora eu procure experimentar novas coisas, por algum motivo, que não sei qual, indico sempre os mesmos locais e pratos – os meus prediletos, claro! Talvez como o crítico da animação Ratatouille, Anton Ego, eu esteja sempre em busca do prazer e da lembrança do prato da infância, o familiar. Desculpem, amigos, mas isso é algo de que não consigo escapar completamente, mas eu tento, realmente tento.
Algumas oportunidades nos ajudam a fugir dos prazeres ordinários e, sinceramente, acho que devemos aproveitá-las. É o caso do Festival Tempero do Forte, idealizado pela chef e agitadora gastronômica Tereza Paim, que traz chefs de outros pontos do país – e até do mundo - para criarem pratos utilizando ingredientes locais. Essa é uma grande oportunidade para que grandes nomes mostrem que não existe apenas uma forma de olhar a matéria-prima e este novo olhar provoca, além de uma deliciosa experiência gastronômica, uma oportunidade antropológica bastante enriquecedora: o modo de cozinhar de diferentes culturas.
O ingrediente da edição desse ano é a cachaça. Entre os convidados, os chefs Paulo Gaudio/ES, Márcia Pinchemel/GO, Guga Rocha/AL, Paula Labaki/SP, Barão/RJ, Isaías Neries/RJ, Carlos Ribeiro/SP, Mônica Rangel/RJ, Richard Fehlberg/Austrália, Jonatas Moreira/AL e a baiana Chuca Cardoso, além da anfitriã Tereza Paim.
A cachaça é um ótimo ingrediente para um fim de semana em Praia do Forte, afinal, como dá para fazer tudo a pé, pode-se aproveitar a bebida e voltar para casa/pousada sem o risco de ser parado numa blitz.
Serviço: VI Festival de Gastronomia e III Festival de Arte e Cultura de Praia do Forte/BA, entre os dias 24 de novembro e 4 de dezembro de 2011. http://www.temperonoforte.com.br/

segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Amargosa, bem mais que São João


As boas surpresas, às vezes, aparecem nos lugares mais inesperados e inusitados. Por obrigações de trabalho, viajei até Amargosa, cidade famosa pela festa de São João. No entanto, percebi que ela tinha bem mais que a festa Junina, logo que cheguei. Fui surpreendido pela beleza das praças, limpeza e tranqüilidade da cidade.
Anoitecia e já havia dado uma volta pelos arredores, vi as belas e arrumadas praças e fiquei impressionado pelo tamanho da feira. Como de costume, perguntei ao pessoal local o que tinha de bom para comer na cidade, aí logo me falaram dos restaurantes “normais”. Continuei minha investigação e comentei com um funcionário da secretaria de cultura sobre a feira, e, lógico, perguntei sobre o que havia de bom para comer pela cidade. Ele me disse que lá funcionava à noite como point e que, em alguns boxes, era servida feijoada e outros pratos, mesmo naquele horário.
Fui para a pousada terminar o meu dia de trabalho e tomar um banho antes de procurar algo para almoçar (já era 19 horas). Terminei meus afazeres e já se passava das 9h da noite. Me arrumei e, pelo adiantar da hora, perguntei ao recepcionista se encontraria algo para comer na feira naquela hora. Ele me garantiu que poderia ir tranquilo, pois encontraria tudo aberto.
Fui caminhando e, depois de uns 20 minutos, cheguei ao local. Realmente, vi alguns boxes abertos, mas não estava tão cheio como fui informado, talvez devido aos 17ºC, que podem ter espantado a maior parte dos visitantes.
Como de costume, fui fazer minha ronda para verificar os locais mais frequentados e vi o Box 01 I de Dona Raquel um pouco mais cheio que os outros. Parei no local, perguntei à pessoa que servia as mesas, Seu Braz, o que tinha para comer e fui informado que tinha feijoada com carne de sertão e mocotó, arroz, macarrão, salada e carne assada(boi, porco e frango) ou ensopada.
Pedi a feijoada, o arroz e a carne assada de boi. Já no momento do pedido, perguntei o valor, quando fui surpreendido pela primeira vez: tudo sairia por R$ 8,00. Em seguida, a segunda surpresa: a quantidade de comida(como pode ser conferido na foto). A terceira surpresa ficou por conta do sabor do feijão e da carne de sertão. Tudo muito bom! Por fim, a atenção e o cuidado do serviço, mesmo sem a polidez e as regras das orientações técnicas, mas, mais cuidadoso do que muitos que vemos por aí com suas camisas bem passadas e aventais bem amarrados. Seu Braz entendeu o sentido do bem servir.
Por isso, recomendo a quem for para Amargosa visitar a feira local. É um passeio surpreendente e, depois de caminhar muito pelos corredores, pode ir se abastecer no Box 01 I de Dona Raquel e esperar ser bem atendido por Seu Braz.

sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Em Um Domingo Qualquer

O que fazer num domingo qualquer, de um mês qualquer, depois de uma semana dura de trabalho, sair pra almoçar com a família e depois ir tomar um sorvete. Este programa bem comum para muitas pessoas deveria ser relaxante, deveria ser um momento de descontração e de alegria. Em um dos domingos quaisquer deste ano fui com minha namorada, almoçar no Restaurante Picuí do Jardim Armação e lógico estava  bastante cheio, mas conseguimos uma mesa que ficava numa sala reservada com outras quatro meses e aí começou o nosso calvário.
Os garçons passavam pelo nosso lado com uma velocidade de corretor de bolsa de valores perto da momento de fechar o pregão, uns quatro viram que estavam sendo chamado, mas é claro que faziam aquele gesto já estou indo aí, já vou, já, já, não vai demorar muito, espera um pouquinho, até que um deles, o mais idoso de todos fez os mesmos sinais. Então um pensamento me deixou mais tranquilo, vou ser atendido por alguém mais experiente que não vai errar o pedido nesta confusão que está o Restaurante.
Mas o que pareceria ser um alento se mostrou uma grande roubada já que este senhor que provavelmente carregou bandejas e anotou pedidos durante décadas fazia questão de mostrar sua impaciência e cansaço bufando a cada vez que era chamado pelos clientes daquelas quatro mesas da salinha que estava responsável por atender. 
Apesar da irritação ele pegou o nosso pedido, recebemos a nossa entrada, enquanto comíamos o queijo coalho chegou uma batata frita que não pedimos e prontamente devolvemos. Ficamos tanto tempo esperando para receber o prato principal que nossa diversão foi ver a falta de organização e a bagunça no serviço. A mesa que estava ao meu lado recebeu o pedido trocado duas vezes, a que estava a minha frente que já havia feito o pedido antes de mim só o recebeu quando eu estava no meio da minha refeição, a demora foi tanta que um rapaz cochilou(será que sonhava com a comida que chegava rapidamente, rssssss). A que estava na diagonal foi a que teve menos problema, apenas parte do pedido veio trocado.
E tanta demora e bagunça não era falta de garçons, mas a falta de alguém que organize e oriente sua brigada, um maitrê para evitar tantas situações constrangedoras com sua clientela.
Com serviço de tanta qualidade resolvemos não pagar os 10% "opcionais" então o garçom vovô se revoltou e não quis mais passar o nosso cartão. Como trabalhei num restaurante sei da importância da caixinha, mas se quer recebê-la precisa fazer jus a ela, precisamos ser bem atendidos e ainda assim não somos obrigados a pagar.
Sai de lá e fui para casa de minha mãe, e a convidei com meus irmãos e minha mãe para tomar um sorvete num lugar mais tranquilo. Fomos na Cubana, que fica na Pituba, achava que a modernidade que existia lá iria me dar menos problemas.
Hahahaha, só podia ser piada mesmo, não era meu dia, e depois dizem que seu inferno astral acaba quando comemora seu aniversário, o meu tinha acabado de passar.
Pedimos três sorvetes uma torta e um café com um salgado a uma garçonete que anotou tudo no seu palm top, aí pensei agora chega tudo certinho, hum hum, vai esperando, e esperamos.
Fui reclamar pela demora, então outro garçom veio confirmar os pedidos e dessa vez anotou no papel. Primeiro chegou dois sorvetes, então perguntei aonde estavam o restante do pedido, a atendente pela terceira vez registrou o restante do pedido e trouxe depois de uns minutos o terceiro sorvete e a torta, mas aonde diabos estava a café, reclamamos pela quarta vez e agora chegou o bendito café depois que já havíamos terminado os sorvetes, ou seja parte da mesa sempre estava observando alguém comer.
Novamente, a bagunça e a desorganização imperaram, e não adiantou o auxílio da tecnologia. É um problema cronico entre o cliente e a boqueta, será que algum dia os empresários e os funcionários vão perceber que a presença de um profissional para organizar a brigada do salão e o treinamento com eles pode ajudar na melhor satisfação da clientela e com isso todos ganham, já que passam a receber sempre a caixinha pelo serviço.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Retorno, o Pastel e a Bolsa

Amigos leitores, olá! Passei um grande inverno afastado do meu blog, mas agora estou de volta à mesa. Depois de uma conversa com amigas blogueiras de culinária (Daniela Castro do Pimenta e Cominho, Amanda Lima do Diário Gourmet e Louise Cibelle do Chef de Primeira), resolvemos agitar a cena gastronômica de Salvador.
Retornando à lida. Viajei há algumas semanas para a cidade de Ipirá, sertão da Bahia, cerca de 200 quilômetros de Salvador, para fazer um trabalho. Enquanto seguia fazendo a função, descobri que a atração gastronômica da cidade era um pastel que tinha num posto de gasolina. Já fui pensando que pastel de posto é igual àqueles de rodoviárias, ou seja, como as pessoas da terceira idade, indo pra quarta, velho e murcho. Mas, como em aspecto de comida sou parecido com peixe, morro pela boca, fui a procura da dita iguaria Ipiraense.
Cheguei num final de tarde no posto BR que fica à margem da rodovia BA 052 e ainda havia uma duzia de pasteis na vitrine aquecida. Pensei que aqueles estavam ali há horas, então pedi para o atendente um novo e ele me disse que aqueles tinham acabado de sair do fogo. Fiquei meio desconfiado(ai minha azia!), mas, ainda assim, pedi um. Realmente, tinha acabado de sair do óleo, ainda estava quente, tinha o tamanho de um dvd e estava muito bem recheado(carne moída, o único tipo de recheio).
Comecei a devorá-lo naquele final de tarde, depois de um dia de trabalho. Logo pude notar o forte tempero do recheio e, enquanto degustava o "travesseirinho", chegou outra bandeja com uns 30 pastéis que foram rapidamente devorados por um grupo de viajantes que tinha acabado de chegar e já conheciam a fama do salgado. De tão grande, fiquei apenas no primeiro. Mas, dito e feito, minha azia começou a dar seus primeiros sinais pouco tempo depois.
Descobri depois que a principal atração da cidade era outra, e não era posta nas mesas, pelo menos para comer. Eram as bolsas e sapatos de couro, principalmente femininos. Em suma os pasteis não valem a viagem, porém os artigos de moda vale a viagem.
Pastel R$4,00, bolsa de couro de presente para a minha Izabel R$ 170,00, uma parecida em Salvador custa pelo menos R$ 400,00, ou seja dar para ir e voltar em Ipirá e ainda comer um pastel e um sal de frutas, e ainda sobra um troco.
Para quem não quiser de carro Ipirá pode ir de ônibus pela Águia Branca e as passagens variam entre R$ 32,00 e R$ 45,00 e as lojas que ficam na estrada há um quilometro da rodoviária funcionam de segunda a sábado em horário comercial.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

As Águas do Mediterrâneo II - Napoles e Costa Amalfitana











A segunda parte da viagem pelo mediterrâneo foi feita na região da Campanha(Nápoles). A região é conhecida pela violência e pela máfia, mas mesmo assim fui conhecer-la porque queria ver o Vesúvio e a costa Amalfitana.
Depois de 3 horas e meia de trem partindo de Roma cheguei a Nápoles e logo pude ver que estava num local diferente dos demais que estive; camelôs africanos, pinchações, trânsito muito pior e mulheres bem mais maqueadas que as de Salvador e uma língua que lembra o italiano, mas parece mais árabe com uns "ciao bella" no meio das frases.
Bem deixei minha mochila na albergue bem perto da estação e fui ver como chegava a Herculano, Pompeia e ao Vesúvio, para chegar se tem algumas opções no escritório de turismo pode-se comprar um passe e fazer os 3 passeios, mas quando cheguei estava fechado, então decidi ir por conta própria. Fui me informar e descobri que tem um trem-metro chamado circuvesuviana que sai de Nápoles e vai até Sorrento, então peguei o trem sujo, lotado para Herculano, a primeira cidade, lá descobri que para subir o Vesúvio teria que pagar 16,50 euros e que para entrar nas ruínas pagaria mais 10, então optei em ir apenas para o vulcão.
A van me deixou perto do cume da montanha e temos 2 horas para andar pela borda do vulcão. De lá da para ver toda a baía de Nápoles e por onde correu a lava na última erupção, o cheiro de enxofre toma conta do ambiente e dentro da cratera dá para ver a fumaça saindo das pedras que apesar do vento frio elas ficam aquecidas.
Achava que consiguiria ver Pompeia depois do vulcão, mas ficou muito tarde, e a fama da cidade me fez retornar para o albergue. Apesar da insegurança tinha que sair para provar a pizza napoletana, então tinha que escolher bem a pizzaria, então perguntei no albergue uma sugestão e era a mesma do meu guia que é a Antica Pizzeria da Michele que funciona desde 1870 no mesmo local e com apenas dois sabores Margherita(molho de tomate, mussarela de bufala e manjericão) e Marinara apenas molho de tomate com aliche. E por incrível que pareça apesar do frio e de ser uma segunda feira a fila estava fora do local. É o fordismo na produção de pizza entre sentar e chegar a pizza demora menos de 5 minutos, uma pessoa abre a massa, outra põe molho e recheio e outra coloque no forno, apesar do pouco queijo a pizza é muito boa a massa é mais elástica com mais de 30 centímetros de diâmetro, tem um gosto um pouco de defumado e custa 4,5(a mais barata da Itália) euros e com 50 centavos a mais pode pedir dose extra de mussarela. a pizzaria fica na via Cesare Sersale há 1 quilometro e meio da estaçõa central de trem.
No dia seguinte fui conhecer a cidade, principal do sul da Itália tive a certeza que o trânsito de Salvador é civilizado,por exemplo, hora do rush pela manhã, vespas e motonetas custurando o trânsito, que nada, muito pior, estava andando pela calçada para correr o perigo de ser atropelado, mas começo a ouvir uma buzina cada vez mais forte e nervosa se aproximando quando olho uma moto cortando o transito pela calçada e me xingando por não sair da frente, isso tudo bem perto de uma pessoa com um colete escrito "orientadore de transito" questiono se não viu o acontecido e ele fez como se não fosse com ele, ou seja agentes da SET, CET, não servem mesmo para nada. Passei o dia tentando evitar de ser atropelado e vendo os pontos turísticos da cidade que estão em péssimo estado de conservação e muito sujos e aproveitei para conhecer outras iguarias da cidade, os doces com massa folhada recheados com ricota, a Sfogliatelli, muito bom e um outro chamado Babá que tem forma de cogumelo e é banhado o rum. Da fama de violenta da cidade me restou uma abordagem policial e outra de um drogado que me pediu com muito insistência dinheiro, mas tudo tranquilo.
No último dia fui para a costa Almafitana, achava que daria para conhecer Sorrento, Positano e Amalfi já que era apenas 70 quilometros de Napoles, mas o transporte na região é péssimo. Peguei novamente a circuvesuviana até Sorrento e depois peguei um ônibus até Positano e Amalfi, a viagem dmorou 3 horas e meia e se quisesse deixar a região não poderia mais para nem em Sorrento nem em Positano, só deu para conhecer Amalfi que tem um mar incrivelmente transparente, mas a praia é minúscula, no verão deve ser disputada a tapa, Positano é um pouco maior. Para conhecer bem a região é melhor escolher alguma das três cidades e de lá ir explorar as demais e ainda dá para pegar um barco para as ilhas de Capri e Ischia.

quarta-feira, 28 de outubro de 2009

As Águas do Mediterrâneo I - Cotê d'Azur e Cinque Terre






É uma opinão quase unânime, quem vem a Itália precisa conhecer Cinque Terre, mas afinal o que é e aonde fica este lugar?, bem são 5 vilas que ficam entre o penhascos e o mar da Costa Ponente ao norte da Itália entre Genova e a Toscana. As informações são assim mesmo, muito superficiais e vagas, então minha aventura teve que ser bem exploratória, sendo assim foi recheada de erros, mas em compensação quem ler o blog vai ter uma ajuda considerável para chegar nestas vilas.
Minha exploração começou por Turim, que é a tentativa, mas apenas a tentativa da Itália se parecer com a Europa, por que vejamos, as pessoas falam mais baixo, gesticulam menos, não buzinam a todo momento, mas como disse é apenas a tentativa que basta não ter ninguém olhando que eles furam o sinal vermelho, param em cima da calçada e se tomarem um pouco de vinho começam a falar mais alto. Bem cheguei em Turim no início da noite com o pensamento de partir no outro dia bem cedo para Genova para então ver como chegaria em 5 Terre. Mas ao chegar ao Albergue pedi um mapa com informações da cidade e descobri que além da sede da Fiat, Turim é repleta de museus e tem todo um lado voltado para a gastronomia e que havia vários programas ligados a comida, e um deles me chamou muito atenção o Chocopass(um passe que dava direito a fazer 22 degustações em lojas especializadas em chocolate e custava 12 euros), então decidi, na verdade a gula de um chocolatra decidiu permanecer mais um dia na cidade para fazer esse tour.
No outro dia pela manhã fui a um escritório de turismo da cidade comprar meu chocopass e descobrir já de cara que não seria tão simples, das 22 lojas apenas 12 eram em Turim, as outras 10 ficavam em cidades vizinhas, que seria impossível fazer de transporte público, tudo bem, então fui bater perna pela cidade a procura dos bombons perdidos. A primeira fique tinha mais de 1 século de existência ficava logo ao lado do escritório de turismo fui a pé, a segunda ficava na mesma avenida, mas no número 176, foi quando tive a certeza que estava na Itália, depois de quase 2 quilometros caminhando descobri que os números não seguem uma sequência de distância, você anda uma quadra inteira no número 76 o que vai mudando é a letra A, B, C, ..., Z, aprendi a lição comprei um bilhete de 24 horas de transporte e fui a caça das lojas e já na segunda tive outra má surpresa, as 12 lojas na verdade seriam 10 porque cada algumas folhas do chocopass tinha mais de uma loja e você teria de optar entre alguma delas, mas a atendente do posto turístico não avisa deste pequeno detalhe, mas apesar destes percaussos, foi um dia muito bom com degustações de chocolates de uma qualidade superior e que ainda de quebra valeu a pena por conhecer toda a cidade. Se forem fazer esse passeio não deixem de experimentar o chocolate quente da Divizia na Via San Tomaso 22 b e fujam do Caffé Torino, piazza San Carlo 204(só deram um chocolatinho, uma canguinhagem), bem essa e outras informações sobre passeios gastronômicos, como cardápios com preços fixos em alguns restaurantes da cidade e passeios pelos produtores de vinho da região podem ser achadas neste site, www.turismotorino.org. Em Turim vale a pena conhecer também o museu do cinema italiano e sua torre de quase duzentos metros.
Era momento então de tentar chegar a 5 Terre, no albergue me fartando de chocolate, mas ao abrir meu mapa observo algo interessante estava mais perto da Cotê d'Azur(Monaco, Nice e Cannes) do que Genova(ponto de partida para 5 Terre) , então decidi já que estou tão perto porque não conhecer, na manhã seguinte peguei o trem e parti para a França.
Viagem complicada, cheia de conexões, mas que valeu a pena. Ao chegar em Ventimiglia, última cidade italiana, primeira boa descoberta os trens franceses, são bem melhores, mais novos, mais limpos que os italianos. Começo minha incursão pela França , por Cannes que apesar de ser a última das cidades, preferi começar de trás para frente para evitar idas e voltas. Cannes é bem pequena pode-se dizer minúscula dá para conhecer em poucas horas, o palácio dos festivais(que não é usado apenas para o famoso festival de cinema, quando estava lá estava acontecendo um encontro mundial das empresas de Duty free) e não tem esse negócio de tudo pela arte a calçada da fama com as mãos dos artitas estava sendo ocupada por conteiners das empresas em cima da mão de Sharon Stone tinha uma cerca para limitar a circulação das pessoas. Cannes tem uma praia bonita, mas estava fazendo muito frio, o que não impediu um tiozinho de ficar pelado e colacar a sunga na frente de todo mundo.
Não encontrei lugar barato para dormir, então fui procurar algo em Nice, que podemos chamar de capital da região, é uma cidade cheia de estudantes que querem estudar francês de forma mais barata e com um clima mais ameno que em Paris. O albergue HI, ficava novamente no cu do judas, mas perto da estação central tinha vários albergues, optei por um que tinha uma característica interessante só tinha um banheiro para 3 andares de prédio, aí se entende porque francês não é muito chegado a água. Fiquei no terceiro piso, no meu quarto havia uma pia, no corredor um lavabo apenas com um vaso, mas sem pia e no térreo um chuveiro que funcionava com uma moeda dada na recepção. Foi o banho mais rápido da minha vida com o medo da ficha acabar quando estivesse todo ensaboado. Na mesma noite, depois do rápido banho fui dar um giro pela cidade e já pude notar algumas diferenças entre a Itália e a França; as francesas são bem mais arrumadas que as italianas, elas devem passar horas para deixar tudo certinho enquanto as italianas devem passar horas para fingir que está tudo bagunçado e outra os pães na França são bem melhores que os italianos.
Pela manhã fui conhecer os museus de Matisse e de Chagal, o primeiro é 0800 e o segundo é pago. Retornei ao albergue peguei minha mochila e fui para Monaco para depois tentar chegar até 5 Terre.
No Principado a grande questão é o espaço, ou melhor a falta dele, a estação de trem fica dentro da rocha, é um túnel para o trem chegar outro para sair e outro para as pessoas entrarem e deixarem a estação, o grande barato é que quando deixamos a estação damos de cara com o porto e seus iates gigantescos e com a subida do cassino, e que é uma senhora ladeira, não é aquela coisa fácil que vemos na televisão. Mas enquanto tentava me localizar começo a ouvir ronco de motores, pensei será a F1, não mas estava acontecendo o campeonato de Kart de Monte Carlo, usando parte do circuito da F1(porto e piscina). Depois de meia hora vendo a corrida e caminhado pela região fui fazer o circuito a pé, que é todo na contra mão, em ruas bem mais estreitas que parecem.
Gastei mais tempo que pensava e fui tentar reservar albergue em 5 Terre e não havia vagas retornei a Nice ao albergue banho com fichinha para ir para 5 Terre no outro dia.
Acordei as 6 da manhã com 13 graus e partir para 5 Terre, e depois de 6 horas e 3 trens cheguei a primeira das cinco terras que são na verdade cinco vilas incravadas na pedra, da primeira a última a distância é de 9 quilometros com trilhas que podem ser feitas a pé ou de trem por túneis em que não se vê nada, sendo assim desci na primeira cidadezinha chamada Monterosso al Mare e comecei a caminhar com a mochila com uns 20 quilos nas costas, em direção a segunda Vernazza, achando que seria uma caminha tranquila e plana, era tanta escada, ribanceira que pensei que teria um infarto, pela primeira vez, apesar do frio, suei como um camelo, mas pode ter certeza o visual compensa e seria muito melhor se soubesse que seria uma trilha tão pesada e tivesse deixado a mochila em algum lugar, mas foi mais um aprendizado para ajudar a outros viajantes e a mim mesmo quando retornar a 5 Terre, em suma a caminhada foi tão dura e demorada que tive que desistir de fazer as demais cidades a pé senão perderia o trem para o próximo destino, mas só pelas duas primeiras vale muito a pena.
A grande dica que só descobri depois e passei pra um casal de brasileiros e outro de americanos que encontrei em outro albergue, é a seguinte, devemos chegar a 5 Terre não por Genova, mas sim pela Toscana pela cidade de La Spezia, tem trem direto e Firenze e de Pisa, a caminhada pode iniciar mesmo em Monterosso e terminar em Riomaggiore no final da tarde para ver o por do sol na chamada Via dell'amore é melhor ficar em La Spezia que é bem mais barato e com muito mais opções e nada de levar mochila de viagem apenas uma pequena com muita água e lanche.


terça-feira, 6 de outubro de 2009

Roma, cidade realmente eterna


































Quem pensar em ir para Roma, realmente vá, pois realmente vale a pena, a cidade é uma série de monumentos de diversas épocas a história, um depois do outro, é uma aula de 3000 anos de história in loco, mas prepare os pés para caminhadas enormes e o bolso, porque os preços sao os mais caros até entao na Itália.
Mas para conhecer é preciso no mínimo 03 dias, um para os monumentos espalhados pela cidade que devem ser feitos caminhando, por que ficam muito perto um do outro, contudo até chegar ao último é uma paletada e também porque a mesmo os melhores mapas da cidade nao tem todos os monumentos e parques que existem na cidade, eles tem pequenas praças guardadas apenas para os romanos escondidos pelas ruas que só vao ser conhecidos a pé. No segundo dia o Vaticano e o museu do Vaticano e por fim o Coliseu e o Forum Romano.
Mas quem for da terceira idade, de vida ou de alma, pode comprar um Roma Pass a partir de 23 euros e pode chegar até aos 30 e fazer as visitas em onibus como o Salvador bus, que circulam por pontos turisticos e dao direito a entrar em alguns dos monumentos e museus que nao sao baratos, museu do Vaticano 14 euros, Coliseu e Forum 9 euros.
Cheguei em Roma a noite e fui procurar um albergue alternativo porque o HI(Hostel internacional), fica no fim do mundo, e numa cidade grande como Roma é longe mesmo, bem a estaçao de Termini é gigantesca tem um shopping center dentro dela e fica perto de tudo e é metrô também entao é o lugar para se ficar, ela é rodeada de hoteis e albuergues, cada andar de um prédio é um diferente. Fiquei num quarto com mais três caras, um israelense que conhecia Salvador e adorava o chicletao, um americano caladao e um espanhol interessado na bunda das brasileiras e paguei 23 euros pela cama sem café da manha, só para voces terem uma ideia a média nas outras cidades era de 17 euros e com café da manha. Ah, os albuergues de roma tem uma outra característica diferente, os quartos podem ser mistos. depois de me acomodar e tormar banho fui rodar pelas redondezas por uma hora para conhecer a vizinhança e tirar algumas fotos.
No dia acordei pensando em ir para o coliseu e depois conhecer a cidade, o que decidi fazer a pé já que vi que as coisas nao eram tao distantes, fui caminhando e me encantando com a cidade e ao ver o Coliseu me deparei com uma fila enorme e um monumento vazio a frente, fui ao vazio e depois fui caminhando e caminhando até chegar a Piazza del Popolo, pertinho do Vaticano e já as quatro da tarde, tentei retonar voando, mas tinha tantas outras coisas para ver que quando cheguei o Coliseu já estava fechado com as pernas e os pés me matando. Nesse caminho é imperdivel o monumento a Vitório Emmanuele, a Fontana de Trevi, com engarrafamento de turistas, a Piazza de Spagna e suas escadas lotadas de pessoas sentadas e suas lojas de grife e uma coca custando quatro eurose o Panteon aonde está enterrado o pintor renascentista Rafael.
No segundo dia pegaria o metrô até o Vaticano depois iria ao Coliseu e quem disse que consegui chegar a tempo novamente, o vaticano em si é rápido, mas se chegar cedo, bem cedo, entrei e fiquei deslumbrado com a grandiosidade e comecei a tirar as fotos, quando olhei para o lado percebi que a fila já havia crescido bastante entao deixei as fotos para depois e fui para a fila que demorou exatos 26 minutos até entrar, mas quando cheguei na porta dei uma olhadinha para trás e a fila tinha duplicado de tamanho, ou seja ela sempre vai ser enorme. logo ao entrar você fica impactado pela Pietá de Michelangelo, pensava ser maior, mas impressiona pela veracidade da escultura parece respirar, depois fica meio repetitivo pois cada Papa tem uma escultura mais luxuosa de um mármore diferente, sao lindas, muito bem feitas, mas é exagerado para uma igreja que prega pela igualdade. Depois de 40 minutos conseguiria ir até ao museu ver a Capela Sistina e chegaria ao Coliseu as 02 da tarde, quem disse, o erro já começou pelo nome, deveriam ser chamados de MuseuS do Vaticano, que sao na verdade uns 05 museus, tem a pinacoteca com obras de Tintorero e Rafael, tem a parte de esculturas Grego-romanas, tem as obras do Renascentistas, tem a mostra Egipcia e tudo levando para a capela Sistina que realmente é o ponto alto de tudo e fale toda a caminhada. Em resumo pelo menos 05 horas caminhando pelos corredores vendo obras belissímas, algumas de gosto bastante duvidoso, mas fazer o que. Saindo vi novamente que nao conseguiria chegar ao Coliseu a tempo e fui rodar pelos arredores e fui até o Castel de Sant'Angelo e voltei caminhando vendo o rio Tibre. Novamente os pés estavam me matando, mas foi um dia digamos abençoado, fui com um canivete na polchete e nao fui barrado, é proibido tirar foto dentro da capela Sistina, tirei uma e ficou ótima, o segurancá viu e mandou guardar a máquina.
No ultimo dia finalmente consegui ver o Coliseu e o forum, mais umas cinco horas caminhando, os lugares impressionam por dois motivos o macro com o gigantismo dos lugares e o micro com os detalhes das peças, é uma mistura de trabalho escravo com artísticos. Como estava com o final da tarde livre aproveitei para conhecer a Cinecittá, mas infelizmente nao é aberta ao público.
Enfim conheci Roma, entao poderia seguir minha viagem, mas descobri com o amigo chicleteiro Israelense que estava no albuergue que teria uma festa numa cidadezinha próxima, chamada de sagra do Vinho de Frascati, fui checar, afinal produtor sempre produtor, vesti minha roupa de sapo e dei meus pulos e era verdade eles distribuem vinho 0800 e ela jorra de uma fonte, entao fui ver como chegar lá, descobri apesar do serviço turistico e Roma informar apenas das coisas que acontecem em Roma. Antes, aproveitei que era domingo e fui ver o Papa que iria aparecer, achava que tinha visto a praça de Sao Pedro cheia quando fui ver o Vaticano, é que nao tinha visto no dia em que o Papa dá uma bençao, e depois fui a cidade do vinho, e ao chegar a Frascati a surpresa, o vinho é feito em Frascati mas a festa acontece numa cidade vizinha chamada Marino, nao sei porque, mas vamos nós em direçao a outra cidade, estava tudo lotado e além do vinho distribuido aos litros e também jorrando de uma fonte, tem uva e tem porchetta(porqueta) que é um porco desossado assado inteiro fatido e colocado dentro de uma pao, uma delícia, que é comprado, mas como estava com a camisa do Brasil ganhei também de graça.
Esta foi minha estada em Roma, mas tem mais umas coisinhas importantes, parece europa, mas tem a cara do Brasil, nos piores aspectos o trânsito é realmente louco e os motoristas nao param na faixa, mesmo com sinal aberto para os pedestres, os homens mijam na rua e nao eram baianos e é tudo muito caro só para citar uma refeiçao com primeiro, segundo, sobremesa e agua que sai por 10 euros nas outras cidade em Roma voce fica no minimo nos 13. ou seja vá um supermercado compre frutas, paoe frio faça seu sanduiche e faça como os romanos e vá enchendo uma garrafa de agua em alguma das diversas fontes espalhadas pela cidade.