sexta-feira, 23 de setembro de 2011

Em Um Domingo Qualquer

O que fazer num domingo qualquer, de um mês qualquer, depois de uma semana dura de trabalho, sair pra almoçar com a família e depois ir tomar um sorvete. Este programa bem comum para muitas pessoas deveria ser relaxante, deveria ser um momento de descontração e de alegria. Em um dos domingos quaisquer deste ano fui com minha namorada, almoçar no Restaurante Picuí do Jardim Armação e lógico estava  bastante cheio, mas conseguimos uma mesa que ficava numa sala reservada com outras quatro meses e aí começou o nosso calvário.
Os garçons passavam pelo nosso lado com uma velocidade de corretor de bolsa de valores perto da momento de fechar o pregão, uns quatro viram que estavam sendo chamado, mas é claro que faziam aquele gesto já estou indo aí, já vou, já, já, não vai demorar muito, espera um pouquinho, até que um deles, o mais idoso de todos fez os mesmos sinais. Então um pensamento me deixou mais tranquilo, vou ser atendido por alguém mais experiente que não vai errar o pedido nesta confusão que está o Restaurante.
Mas o que pareceria ser um alento se mostrou uma grande roubada já que este senhor que provavelmente carregou bandejas e anotou pedidos durante décadas fazia questão de mostrar sua impaciência e cansaço bufando a cada vez que era chamado pelos clientes daquelas quatro mesas da salinha que estava responsável por atender. 
Apesar da irritação ele pegou o nosso pedido, recebemos a nossa entrada, enquanto comíamos o queijo coalho chegou uma batata frita que não pedimos e prontamente devolvemos. Ficamos tanto tempo esperando para receber o prato principal que nossa diversão foi ver a falta de organização e a bagunça no serviço. A mesa que estava ao meu lado recebeu o pedido trocado duas vezes, a que estava a minha frente que já havia feito o pedido antes de mim só o recebeu quando eu estava no meio da minha refeição, a demora foi tanta que um rapaz cochilou(será que sonhava com a comida que chegava rapidamente, rssssss). A que estava na diagonal foi a que teve menos problema, apenas parte do pedido veio trocado.
E tanta demora e bagunça não era falta de garçons, mas a falta de alguém que organize e oriente sua brigada, um maitrê para evitar tantas situações constrangedoras com sua clientela.
Com serviço de tanta qualidade resolvemos não pagar os 10% "opcionais" então o garçom vovô se revoltou e não quis mais passar o nosso cartão. Como trabalhei num restaurante sei da importância da caixinha, mas se quer recebê-la precisa fazer jus a ela, precisamos ser bem atendidos e ainda assim não somos obrigados a pagar.
Sai de lá e fui para casa de minha mãe, e a convidei com meus irmãos e minha mãe para tomar um sorvete num lugar mais tranquilo. Fomos na Cubana, que fica na Pituba, achava que a modernidade que existia lá iria me dar menos problemas.
Hahahaha, só podia ser piada mesmo, não era meu dia, e depois dizem que seu inferno astral acaba quando comemora seu aniversário, o meu tinha acabado de passar.
Pedimos três sorvetes uma torta e um café com um salgado a uma garçonete que anotou tudo no seu palm top, aí pensei agora chega tudo certinho, hum hum, vai esperando, e esperamos.
Fui reclamar pela demora, então outro garçom veio confirmar os pedidos e dessa vez anotou no papel. Primeiro chegou dois sorvetes, então perguntei aonde estavam o restante do pedido, a atendente pela terceira vez registrou o restante do pedido e trouxe depois de uns minutos o terceiro sorvete e a torta, mas aonde diabos estava a café, reclamamos pela quarta vez e agora chegou o bendito café depois que já havíamos terminado os sorvetes, ou seja parte da mesa sempre estava observando alguém comer.
Novamente, a bagunça e a desorganização imperaram, e não adiantou o auxílio da tecnologia. É um problema cronico entre o cliente e a boqueta, será que algum dia os empresários e os funcionários vão perceber que a presença de um profissional para organizar a brigada do salão e o treinamento com eles pode ajudar na melhor satisfação da clientela e com isso todos ganham, já que passam a receber sempre a caixinha pelo serviço.

segunda-feira, 5 de setembro de 2011

O Retorno, o Pastel e a Bolsa

Amigos leitores, olá! Passei um grande inverno afastado do meu blog, mas agora estou de volta à mesa. Depois de uma conversa com amigas blogueiras de culinária (Daniela Castro do Pimenta e Cominho, Amanda Lima do Diário Gourmet e Louise Cibelle do Chef de Primeira), resolvemos agitar a cena gastronômica de Salvador.
Retornando à lida. Viajei há algumas semanas para a cidade de Ipirá, sertão da Bahia, cerca de 200 quilômetros de Salvador, para fazer um trabalho. Enquanto seguia fazendo a função, descobri que a atração gastronômica da cidade era um pastel que tinha num posto de gasolina. Já fui pensando que pastel de posto é igual àqueles de rodoviárias, ou seja, como as pessoas da terceira idade, indo pra quarta, velho e murcho. Mas, como em aspecto de comida sou parecido com peixe, morro pela boca, fui a procura da dita iguaria Ipiraense.
Cheguei num final de tarde no posto BR que fica à margem da rodovia BA 052 e ainda havia uma duzia de pasteis na vitrine aquecida. Pensei que aqueles estavam ali há horas, então pedi para o atendente um novo e ele me disse que aqueles tinham acabado de sair do fogo. Fiquei meio desconfiado(ai minha azia!), mas, ainda assim, pedi um. Realmente, tinha acabado de sair do óleo, ainda estava quente, tinha o tamanho de um dvd e estava muito bem recheado(carne moída, o único tipo de recheio).
Comecei a devorá-lo naquele final de tarde, depois de um dia de trabalho. Logo pude notar o forte tempero do recheio e, enquanto degustava o "travesseirinho", chegou outra bandeja com uns 30 pastéis que foram rapidamente devorados por um grupo de viajantes que tinha acabado de chegar e já conheciam a fama do salgado. De tão grande, fiquei apenas no primeiro. Mas, dito e feito, minha azia começou a dar seus primeiros sinais pouco tempo depois.
Descobri depois que a principal atração da cidade era outra, e não era posta nas mesas, pelo menos para comer. Eram as bolsas e sapatos de couro, principalmente femininos. Em suma os pasteis não valem a viagem, porém os artigos de moda vale a viagem.
Pastel R$4,00, bolsa de couro de presente para a minha Izabel R$ 170,00, uma parecida em Salvador custa pelo menos R$ 400,00, ou seja dar para ir e voltar em Ipirá e ainda comer um pastel e um sal de frutas, e ainda sobra um troco.
Para quem não quiser de carro Ipirá pode ir de ônibus pela Águia Branca e as passagens variam entre R$ 32,00 e R$ 45,00 e as lojas que ficam na estrada há um quilometro da rodoviária funcionam de segunda a sábado em horário comercial.